quarta-feira, setembro 08, 2004
H2O
As pessoas encontram formas diferentes de respirar quando estão sufocadas. A água, quando entra em nós, nos nossos pulmões e nos mata pouco a pouco, segundo a segundo, tem que ser rejeitada, tem que ser devolvida, retirada de nós.
Todos os seres que respiram, sufocam também. E vêm à tona para respirar. Os caminhos que as células percorrem em momentos de sufoco são inexplicáveis. São como letras atrás de letras, a tentar desesperadamente explicar este mundo, sem nunca conseguir. Sem nunca passar de borrões de tinta, virtuais ou não, que carregam consigo mágoas e lágrimas, sorrisos e dor.
A vida dentro de água é estranha, lenta. Turva. São horas que se arrastam, são sombras que nos perseguem. São pedacinhos de vidro na areia que nos cortam os pés, misturando o nosso sangue com as moléculas de oxigénio e hidrogenio perdidas e combinadas em soluçães molhadas de tanto peso.
O sal nesta água, neste mar, é indissoluvel. É denso, escuro, fechado. Plano e transversal a palavras tão iguais a nós.
Ficam particulas suspensas no ar da água. Ficam a girar, à espera que algo as agarre e feche numa palma de uma mão, cheia de linhas e impressoes digitais ditadores de destinos incertos, confusos e surpreendentes.
Todos os seres que respiram, sufocam também. E vêm à tona para respirar. Os caminhos que as células percorrem em momentos de sufoco são inexplicáveis. São como letras atrás de letras, a tentar desesperadamente explicar este mundo, sem nunca conseguir. Sem nunca passar de borrões de tinta, virtuais ou não, que carregam consigo mágoas e lágrimas, sorrisos e dor.
A vida dentro de água é estranha, lenta. Turva. São horas que se arrastam, são sombras que nos perseguem. São pedacinhos de vidro na areia que nos cortam os pés, misturando o nosso sangue com as moléculas de oxigénio e hidrogenio perdidas e combinadas em soluçães molhadas de tanto peso.
O sal nesta água, neste mar, é indissoluvel. É denso, escuro, fechado. Plano e transversal a palavras tão iguais a nós.
Ficam particulas suspensas no ar da água. Ficam a girar, à espera que algo as agarre e feche numa palma de uma mão, cheia de linhas e impressoes digitais ditadores de destinos incertos, confusos e surpreendentes.
